quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Equipamentos de Proteção Coletiva e Individual (EPC/EPI)

EPI's

 Equipamento de proteção individual (EPI) é todo dispositivo ou produto, de uso individual, utilizado pelo trabalhador, destinado a proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.
Exemplos: 
- capacete;
- óculos de proteção;
- luvas;
- calçados de segurança;
- cintos de segurança;
- máscaras de proteção respiratória;
- protetor auricular;
- vestimentas de trabalho (especiais);
- creme protetor solar;
- capa de chuva; etc.
Observamos que a norma NR-6 que trata da regulamentação do EPI, onde especifica no ítem 6.3 que:
A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento, nas seguintes circunstâncias:
a) sempre que as medidas de ordem geral nãoofereçam completa proteção contra os riscos deacidentes do trabalho ou de doençasprofissionais e do trabalho;
b) enquanto as medidas de proteção coletivaestiverem sendo implantadas; e,
c) para atender a situações de emergência.
E, continua, ítem 6.6 - Cabe ao empregador
6.6.1 Cabe ao empregador quanto ao EPI:
a) adquirir o adequado ao risco de cada atividade;
b) exigir seu uso;
c) fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacionalcompetente em matéria de segurança e saúde no trabalho;
d) orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda econservação;
e) substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado;
f) responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica; e,
g) comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada. 
Os equipamentos de proteção coletiva (EPC) compreendem prioritariamente a desenergização elétrica, e na sua impossibilidade, o emprego de tensão de segurança, conforme ja vimos no capítulo anterior. Essas medidas visam à proteção não só de trabalhadores envolvidos com a atividade principal que será executada e que gerou o risco, como também à proteção de outros funcionários que possam executar atividades paralelas nas redondezas ou até de pessoas que estão por perto, cujo percurso pode levá-los à exposição ao risco existente.
Veja alguns equipamentos e sistemas de proteção coletiva usados nas instalações elétricas:
Conjunto de Aterramento: equipamento destinado à execução de aterramento temporário, visando à eqüipotencialização e proteçãopessoal contra energização indevida do circuito em intervenção.

Tapetes Isolantes: utilizado principalmente em subestações, sendo aplicado na execução da isolação contra contatos indiretos, minimizando assim as conseqüências por uma falha de isolação nos equipamentos. Pode ser encontrado de borracha ou outro material que não conduza energia.
Cones e bandeiras de sinalização: destinados a fazer a isolação de uma área onde estejam sendo executadas intervenções.
Placas de sinalização: utilizadas para sinalizar perigo (perigo de vida, etc.) e situação dos equipamentos (equipamentos energizados, não manobre este equipamento sobre carga, etc.), visando assim à proteção de pessoas que estiverem trabalhando no circuito e de pessoas que venham a manobrar os sistemas elétricos.

Nos trabalhos em instalações elétricas, quando as medidas de proteção coletiva forem tecnicamente inviáveis ou insuficientes para controlar os riscos, devem ser adotados equipamentos de proteção individual (EPIs)específicos e adequados às atividades desenvolvidas, de acordo com a norma NR-6. As vestimentas de trabalho devem ser adequadas às atividades, considerando-se, também, a condutibilidade, a inflamabilidade e as influências eletromagnéticas.
É vedado o uso de adornos pessoais nos trabalhos com instalações elétricas ou em suas proximidades, principalmente se forem metálicos ou que facilitem a condução de energia. Todo EPI deve possuir um Certificado de Aprovação (CA) emitido pelo Ministério doTrabalho e Emprego.
Veja agora a explicação de alguns EPIs usados com instalações elétricas:
Capacetes: destina-se a proteção do crânio contra impactos e perfurações provenientes da queda de objetos e riscos associados a choques elétricos. Em serviços com eletricidade usa-se o capacete classe B tipo II, devido a alta resistência dielétrica.

- Óculos de segurança: proteção dos olhos do usuário contra impactos de partículas volantes multidirecionais. Quando colorido, serve além do que foi descrito anteriormente, como também filtro de luz.
- Luvas Isolantes: as luvas isolantes apresentam identificação no punho, próximo da borda, onde informa algumas especificações como a tensão de uso, com as cores correspondentes a cada uma das seis classes existentes. Essa classificação é regulamentada pela norma ABNT/NBR10622 através do nível de tensão de trabalho e de teste: 

- Luvas de cobertura: são de vaqueta e servem para proteção de mãos contra agentes abrasivos e escoriantes,devendo ser aplicada sobre as luvas isolantes em serviços com sistemas elétricos energizados.
- Calçado de Segurança (Sapatos/Botas): utilizado para minimizar as consequências de contatos com partes energizadas, as botinas são selecionadas conforme o nível de tensão de isolação e aplicabilidade (trabalhos em linhas energizadas ou não). Devem ser acondicionadas em local apropriado, para a não perder suas características de isolação.
- Cinturão de segurança: destinado à proteção contra queda, sendo obrigatória sua utilização em trabalhos acima de 2 metros de altura. Pode ser basicamente de dois tipos: abdominal e de três pontos (pára-quedista). Para o tipo pára-quedista, podem ser utilizados trava-quedas instalados em cabos de aço ou flexível fixados em estruturas a serem escaladas.


- Máscaras/Respiradores e Protetores auriculares: as máscaras são utilizadas em áreas confinadas e sujeitas a emissão de gases e poeiras. Existem vários tipos de máscaras e respiradores, cada um para uma classe específica de uso. Já nos protetores auriculares devem ser utilizados protetores apropriados, sem elementos metálicos.
- Mangas de borracha: Protege os braços e antebraços contra instalações ou partes energizadas. Classe 0–BTClasses 1/2/3 e 4 – AT

- Roupa contra arco-elétrico: uniformes de trabalho feitos de algodão ou de tecido mistos de poliéster e algodão, independentemente de peso, podem se inflamar em determinado nível de exposição e continuarão a queimar, aumentando a extensão das lesões provenientes do arco. Use somente macacões específicos para uso em eletricidade.

Normas ABNT sobre Instalações Elétricas

   As normas técnicas oficiais brasileiras são desenvolvidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e registradas no Instituto Nacional de Metrologia e Qualidade Industrial (INMETRO). Essas normas são o resultado de uma ampla discussão de profissionais e instituições, organizados em grupos de estudos, comissões e comitês. Asigla NBR que antecede o número de muitas normas significa Norma Brasileira Registrada. A ABNT é a representante brasileira no sistema internacional de normalização, composto de entidades nacionais, regionais e internacionais. Para atividades com eletricidade, há diversas normas, abrangendo quase todos os tipos de instalações e produtos, entre elas destacamos:

NBR 5410 – Instalações Elétricas de Baixa Tensão

 Esta Norma estabelece as condições que as instalações elétricas de baixa tensão devem ter a fim de garantir a segurança de pessoas e animais, o funcionamento adequado da instalação e a conservação dos bens. Esta Norma aplica-se principalmente às instalações elétricas de edificação, residencial, comercial, público, industrial, de serviços, agropecuário, hortigranjeiro, etc.
Ela se aplica nas instalações elétricas de:
- áreas descobertas das propriedades, externas às edificações;
- reboques de acampamento (trailers), locais de acampamento (campings), marinas e instalações análogas;
- canteiros de obras, feiras, exposições e outras instalações temporárias.
- aos circuitos elétricos alimentados sob tensão nominal igual ou inferior a 1000 V em corrente alternada, com frequências inferiores a 400 Hz, ou a 1500 V em corrente continua;
- aos circuitos elétricos, que não os internos aos equipamentos, funcionando sob uma tensão superior a 1000 V e alimentados através de uma instalação de tensão igual ou inferior a 1000 V em corrente alternada (por exemplo, circuitos de lâmpadas a descarga, precípitadores eletrostáticos etc.);
- a toda fiação e a toda linha elétrica que não sejam cobertas pelas normas relativas aos equipamentos de utilização;
- às linhas elétricas fixas de sinal (com exceção dos circuitos internos dos equipamentos).
Ela não se aplicará em:
- instalações de tração elétrica;
- instalações elétricas de veículos automotores;
- instalações elétricas de embarcações e aeronaves;
- equipamentos para supressão de perturbações radioelétricas, na medida em que não comprometam a segurança das instalações;
- instalações de iluminação pública; 
- redes públicas de distribuição de energia elétrica;
- instalações de proteção contra quedas diretas de raios. No entanto, esta Norma considera as consequências dos fenômenos atmosféricos sobre as instalações (por exemplo, seleção dos dispositivos de proteção contra sobretensões);
- instalações em minas;
- instalações de cercas eletrificadas. Os componentes da instalação são considerados apenas no que concerne à sua seleção e condições de instalação. Isto é igualmente válido para conjuntos em conformidade com as normas a eles aplicáveis.

NBR 14039 – Instalações Elétricas de Média Tensão, de 1,0 kV a 36,2 kV

 Esta norma abrange as instalações de consumidores, incluindo suas subestações, dentro da faixa de tensão especificada. Não se inclui nesta norma as redes de distribuição das empresas concessionárias de energia elétrica. Além de todas as prescrições técnicas para dimensionamento dos componentes dessas instalações, a norma estabelece critérios específicos de segurança para as subestações consumidoras, incluindo acesso, parâmetros físicos e de infra-estrutura. Procedimentos de trabalho também são objeto de atenção da referida norma que, a exemplo da NBR 5410, quem também especifica as características de aceitação e manutenção dessas instalações. Existem muitas outras normas técnicas direcionadas às instalações elétricas, cabendo aos profissionais conhecerem as prescrições que elas estabelecem, de acordo com o tipo de instalação em que estão trabalhando.
As prescrições desta Norma constituem as exigências mínimas a que devem obedecer as instalações elétricas às quais se refere, para que não venham, por suas deficiências, prejudicar e perturbar as instalações vizinhas ou causar danos a pessoas e animais e à conservação dos bens e do meio ambiente. Esta Norma aplica-se às instalações novas, às reformas em instalações existentes e às instalações de caráter permanente ou temporário.
Esta norma se aplica em:
- na construção e manutenção das instalações elétricas de média tensão de 1,0 a 36,2 kV a partir do ponto de entrega definido pela legislação vigente incluindo as instalações de geração, distribuição de energia elétrica. Devem considerar a relação com as instalações vizinhas a fim de evitar danos às pessoas, animais e meio ambiente.
Ela não se aplica em:
- instalações elétricas de concessionários dos serviços de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, no exercício de suas funções em serviço de utilidade pública;
- instalações de cercas eletrificadas;
- trabalhos com circuitos energizados.

Veja mais algumas normas da ABNT na qual você deverá se familiarizar: 

NBR IEC 60079-14:2009 (Versão Corrigida 2013) - Atmosferas explosivas - Parte 14: Projeto, seleção e montagem de instalações elétricasEsta parte da série ABNT NBR IEC 60079 contém os requisitos específicos para o projeto, seleção e montagem de instalações elétricas em áreas classificadas associadas com atmosferas explosivas.

NBR 5419 – Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas: Fixa as condições exigíveis ao projeto, instalação e manutenção de sistemas de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA) de estruturas, bem como de pessoas e instalações no seu aspecto físico dentro do volume protegido. Está dividida em 4 partes: Parte 1:Princípios gerais, Parte 2: Gerenciamento de risco, Parte 3: Danos físicos a estruturas e perigos à vida, Parte 4:Sistemas elétricos e eletrônicos internos na estrutura

NBR 13571 - Haste de aterramento aço-cobreada e acessóriosEsta Norma fixa os requisitos mínimos exigíveis para hastes de aterramento aço-cobreadas e seus acessórios, utilizados em instalações de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, em instalações elétricas industriais, comerciais, rurais, prediais e residenciais em geral, instalações de telecomunicação e centro de processamento de dados e outros.

NBR 5370 - Conectores de cobre para condutores elétricos em sistemas de potênciaEsta Norma fixa as condições exigíveis para conectores de cobre que ligam condutores de cobre a condutores de cobre ou alumínio ou a equipamentos elétricos em sistema de potência e em instalações industriais.

NBR 5460 - Sistemas elétricos de potênciaEsta Norma define termos relacionados com sistemas elétricos de potência, explorados por concessionários de serviços públicos de energia elétrica.

NBR 5456 - Eletricidade geral - Terminologia: Esta Norma define termos de matemática, aplicados ao estudo dos campos e de circuitos, termos de física geral (não elétricos) e de química, relacionados com o estudo de fenômenos eletromagnéticos, termos fundamentais de eletricidade, magnetismo e eletromagnetismo, termos fundamentais sobre ondas, termos gerais de tecnologia elétrica.

NBR 8664 - Sinalização para identificação de linha aérea de transmissão de energia elétricaEsta Norma estabelece os requisitos para sinalização de identificação de linha aérea de transmissão de energia elétrica, bem como, quando necessário, da sua faixa e/ou de seus acessos.

NBR 16081 - Isolador de porcelana ou vidro para tensões acima de 1000 V em corrente contínua — Especificação, método de ensaio e critério de aceitação: Esta Norma é aplicável a cadeias de isoladores de porcelana ou vidro para uso em linhas de transmissão de alta tensão, em corrente contínua, com uma tensão nominal acima de 1000 V. Esta Norma não é aplicável a isoladores compostos. A aplicação desta Norma para isoladores a serem utilizados em outras situações que não sejam linhas de corrente contínua será deixada aos comitês técnicos pertinentes.

NBR 15238 - Sistema de sinalização para linhas aéreas de trasmissão de energia elétricaEsta Norma fixa os requisitos mínimos exigíveis que assegurem qualidade, funcionalidade, características óticas, fotométricas e ambientais aos sistemas de sinalização para linhas aéreas de transmissão de energia elétrica.



quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Dados da Saúde e Segurança no trabalho no Brasil

  Contribuindo para o maior conhecimento dos temas relacionados aos acidentes do trabalho o Ministério da Previdência Social e o Ministério do Trabalho e Emprego apresentam o Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho – AEAT.
  Neste documento são apresentados dados sobre acidentes do trabalho, suas principais consequências, os setores de atividades econômicas e a localização geográfica de ocorrência dos eventos.Analisando este documento procuramos resumir assim destacando as partes mais importantes. 
 Este documento e dividido em duas seções que são:
  1. Estatísticas de Acidentes do Trabalho
  2. Indicadores de Acidentes do Trabalho
a primeira seção fala principalmente do numero de acidentes de trabalho que aconteceram no Brasil de 2011 a 2013.E os acidentes são divididos em três tipos principais que são:
  • Acidentes Trajeto
  • Acidentes Típicos
  • Doenças do Trabalho 
E as vitimas são divididas entre pessoas que trabalham com CAT registrada e não registrados.

   A Tabela abaixo traz os números totais dos acidentes de trabalho ocorridos no Brasil  de 2011 a 2013, onde se pode analisar que se teve um pequeno decrescimento do numero de totais de  acidentes, mais em relação as pessoas registradas isso houve um aumento de cerca de 1%.Os acidentes com as pessoas sem registro diminuiu de 2011 para 2013, fato que se deve também ao decrescimento de pessoas que estão trabalhando em situação irregular.            

Tabela 1- Quantidade de acidentes por situação de registro e motivo segundo a CNAE no Brasil de 2011 a 2013. 

CNAE

QUANTIDADE DE ACIDENTES DO TRABALHO

Total

Com CAT Registrada

Sem CAT  Registrada

Total

Motivo

Típico

Trajeto

Doença do Trabalho

2011

2012

2013

2011

2012

2013

2011

2012

2013

2011

2012

2013

2011

2012

2013

2011

2012

2013

       TOTAL

720.629

713.984

717.911

543.889

546.222

559.081

426.153

426.284

432.254

100.897

103.040

111.601

16.839

16.898

15.226

176.740

167.762

158.830




    Na seção 2 do Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho – AEAT que traz os indicadores de acidentes no trabalho.O assunto principal  e a  intensidade com que acontecem os acidentes do trabalho expressando a relação entre as condições de trabalho e o quantitativo médio de trabalhadores expostos àquelas condições. Esta relação constitui a expressão mais geral e simplificada do risco. Seu coeficiente é definido como a razão entre o número de novos acidentes do trabalho a cada ano e a população exposta ao risco de sofrer algum tipo de acidente. Na tabela abaixo estão demonstrados os números totais dos  indicadores obtidos na ultima atualização da AEAT.

 Tabela 2- Indicadores de acidentes de trabalho segundo a CNAE no Brasil no ano de 2012

CNAE

INDICADORES DE ACIDENTES DO TRABALHO







Incidência (por 1.000 vínculos)

Incidência de Doenças Ocupacionais (por 1.000 vínculos)

Incidência de Acidentes Típicos (por 1.000 vínculos)

Incidência de Incapacidade Temporária (por 1.000 vínculos)

Taxa de Mortalidade (por 100.000 vínculos)

Taxa de Letalidade (por 1.000 acidentes)

Acidentalidade para a faixa 16 a 34 anos (por 100 acidentes)

       TOTAL........

17,03

0,40

10,16

14,44

6,60

3,88

51,82



   Percebe-se que os indicadores sempre relacionados a um numero  de vínculos para que as informações fiquem mais simples assim facilitando o entendimento e expandindo a leque de possíveis leitores.  



Dados Segurança e Saúde na Industria da Construção 



    Outro documento  também que e muito interessante e o Segurança e Saúde na Indústria da Construção no Brasil (DIAGNÓSTICO E RECOMENDAÇÕES PARA A PREVENÇÃO DOS ACIDENTES DE TRABALHO, 2015), elaborado pela CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA - CNI juntamente com seus parceiros com objetivo de prevenir acidentes de trabalho na industria em geral mais neste documento se tem um maior sensibilidade com a industria da construção civil.Como este e muito extenso procuramos destacar as partes principais que demostrem a numero atualizado de acidentes relacionados a  industria atualmente e um histórico dos acidentes registrados de 2000 a 2013.A comparação do risco de morrer por AT entre os trabalhadores da IC do Brasil e de outros países revela diferenças abissais. Enquanto a mortalidade média geral por AT na Inglaterra em 2011/2012 foi de 0,6/100.000, na indústria da construção foram ao todo 49 mortes com um coeficiente de mortalidade de 1,6/100.000 trabalhadores, também com tendência de queda, de 30% nos últimos cinco anos (HSE, 2014). Nos EUA, em 2012, a IC apresentou 806 mortes e o primeiro aumento desde 2006, com o coeficiente de mortalidade de 9,9/100.000, menor que a estimativa brasileira. Portanto, embora o Brasil represente uma das maiores economias do mundo, o seu desempenho frente à proteção dos trabalhadores que constroem essa riqueza está muito distante desse poder econômico, e isso precisa ser superado. A situação ideal seria de queda da mortalidade por AT na IC chegando próximo à média geral nacional, ou a de outros países reconhecidamente mais avançados em termos da segurança e saúde do trabalhador.


TABELA 1. NÚMERO DE ÓBITOS E COEFICIENTE DE MORTALIDADE POR AT (CM-AT/100.000) GERAL E NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO, IC, EM TRABALHADORES SEGURADOS, ENTRE 2000 E 2012, NO BRASIL.



Fonte: MPS, Anuário Estatístico da Previdência Social, AEPS e AEAT dos anos correspondentes.

       
 Em relação à comparação da gravidade dos AT na IC em comparação com os demais ramos de atividade econômica, em todos os anos analisados a diferença foi desvantajosa para a IC, e esta desvantagem vem aumentando, chegando a mais do triplo em 2012 (3,04). Esta diferença atingiu o menor valor em 2003, quando iniciou uma tendência de aumento chegando ao seu maior valor em 2012. Estes achados revelam que a gravidade dos AT na IC vem aumentando ao longo da década, especialmente entre 2007 e 2012. possível que de fato os AT tenham se tornado mais graves devido ao aumento relativo do peso dos grandes empreendimentos em contraste com as construções de menor porte, e a permanência de práticas baseadas em tecnologias ultrapassadas, aventadas por gestores da IC. Esse aumento da letalidade também pode ser resultante de problemas metodológicos, como a redução relativa de casos menos graves, que se supõe são menos comumente registrados.
    
A partir deste capitulo o documento começa a especificar muito os acidentes com uma linguagem estatística complicada que de fato não e interessante para a nossa compressão deste assunto então resolvemos destacar uma serie de tópicos com os principais assuntos deste artigo para facilitar nosso entendimento sobre a historia recente da Industria da construção no Brasil quando se trata de AT. 



  • 1.No Brasil, a mortalidade por AT na IC em 2012 foi de 17,1 óbitos para cada 100.000 trabalhadores, bem mais elevada do que a dos outros ramos de atividade econômica, que foi de 6,6/100.000. Essa diferença é mais de duas vezes a nacional; 
  • 2. A mortalidade por AT na IC vinha declinando, mas se elevou em 2009 e 2010, caindo desde então para os menores valores, 16,7/100.000 e 17,1/100.000 20 SEGURANÇA E SAÚDE NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO NO BRASIL • DIAGNÓSTICO E RECOMENDAÇÕES PARA A PREVENÇÃO DOS ACIDENTES DE TRABALHO em 2011 e 2012, respectivamente. Desde 2000 a 2012, houve queda para quase a metade; 
  • 3. As estimativas do Brasil para a IC são muito maiores do que os coeficientes de mortalidade da Inglaterra, de apenas 1,6 /100.000 e dos Estados Unidos de 9,9 /100.000; 
  • 4. A gravidade dos AT estimada pela letalidade (proporção de óbitos entre todos os casos de AT) na IC mostra que variou de 4,9% em 2000 para 6,5%, aumento de 32,6% nos últimos 13 anos (2000-2012);
  •  5. A maior parte dos óbitos por AT decorreu de quedas e situações com envolvimento de veículos, com traumatismo craniano, do tórax, e múltiplos traumas; 
  • 6. Estudos mostram grande sub-registro da natureza ocupacional do acidente de trabalho fatal nos sistemas de registro existentes. Gradualmente registros sobre a relação com o trabalho no Sistema de Informações sobre Mortalidade, SIM, que se baseia nas declarações de óbitos vem melhorando a qualidade e cobertura.
  • 7. Na IC, em 2011, a incidência anual de AT não fatais (proporção de trabalhadores que sofreu AT em um ano) entre os trabalhadores do sexo masculino segurados foi de 5,6/ 1.000, reduzindo para 2,6/1.000 em 2012. Houve entre 2000 e 2011 uma queda de 6,6/ 1.000 para 2,6/1.000, redução de 60,1% em 13 anos. Esta queda, no entanto, foi maior do que a verificada para os demais ramos de atividade econômica, de 4,8/1.000 para 3,0/ 1.000, de 37,5%; 
  • 8. A incidência anual de AT não fatais na IC é maior do que a dos demais ramos de atividade econômica, em todos os anos, exceto em 2012. Essa diferença vem se elevando, passando de 37% em 2000 para 107% em 2011 (razão de incidência ou risco relativo de 2,07), caindo em 2012, mas esse último dado pode ser modificado; 
  • 9. A incidência de acidentes de trabalho na construção aumentou bruscamente em 2007, mas tendeu a se estabilizar com tendência de queda no período; 
  • 4. A participação dos AT não fatais da IC, no conjunto de AT, variou de 8% (2000) a 6,6% (2012), queda de 17,5%; 
  • 10. As lesões mais comuns foram de membros superiores, inferiores, cabeça e pesco- ço, nessa ordem; 
  • 11. As circunstâncias mais comumente relatadas entre os AT não fatais notificados na IC diferiram entre os sexos. Entre as mulheres foram: 1) quedas (não especificadas); 2) acidentes com veículos; 3) agressões interpessoais. Entre os homens distintamente foram: 1) impacto com objetos; 2) quedas, especialmente de escadas; 3)acidentes com veículos.
 Imagens são muito melhores para apreendermos então baixo estaremos colocando alguns gráficos que  relacionam os AT a Idade, Unidade Federativa e parte do corpo atingida.
Gráfico 1- Acidentes de trabalho ocorridos no Brasil no ano de  2013 dividido por faixa etária.  


Gráfico2- Acidentes de trabalho ocorridos no Brasil no ano de  2013 em cada UF.


Gráfico 3- Acidentes de trabalho ocorridos no Brasil no ano de  2013 especificando parte do corpo afetada. 




Esse foi o nossa primeira postagem sobre a segurança e saúde dos trabalhadores na industria brasileira.Para acessar as mais informações acesse os links abaixo e se quiser comentar dar sugestões para próximas publicações deixe seu comentário abaixo